quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Cultura Country (Mais uma impagável)


Que a dupla sertaneja Rio Negro e Solimões é cover da dupla americana Black River & Only Lemons muita gente já sabe. Mas quanto a música Fuscão Preto ser versão de outra de autoria desta mesma dupla, ah eu duvido que alguém soubesse. Pois é. Deu trabalho mas eu consegui localizar a letra original em inglês. Apesar de confusa, a letra parece ser, pelo que eu entendi, uma dura crítica ao induísmo e sua veneração pela vaca sagrada em um país onde milhões morrem de fome. Como poderão perceber, a versão brasileira não tem nada a ver com a original a não ser a sonoridade das palavras. Confiram abaixo.

Fuzz Cow, Prey Toad
(Black River & Only Lemons)

Fuzz Cow, Prey Toad
You say act faith today, I so
Phase one mail pay them played, I so
Damn, Ben! Appril they'll my time

Fuzz Cow, Prey Toad
Come in sail home cool mall dimn tool
May cast tell "Oh Dumbo" need to
God say - Make this more on earth

May this arrow that i've told this time come all truth
No, fuzz cow! Pray to pay a seed add a hope died
So be inverse till die equall of them all, the annoyng tear
Share undo all, call info man do same part are

May, they do sell? Dig a key is swear man till ride
See, for her daddy, please clear a soul poor far voyer
Dying are poor,could will tomb anvill you fuzz cow
We use those jam to see this man shame do jam more

Fuzz Cow, Prey Toad etc...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Etevaldo (pra bom entendedor...)


   
Única imagem disponível de Etevaldo, este
retrato falado circulou em forma de livro
para facilitar a identificação e captura pela
polícia. 

    
    Foi preso esta madrugada Pela polícia rodoviária do DF o meliante de nome Etevaldo Souto
procurado desde 1966 pela polícia federal, C.I.A, Interpol e Scotland Yard. A circunstância da prisão chamou a atenção dos principais meios de comunicação por ter sido inusitada. Segundo o relato do policial rodoviário Barney da Rocha Souza (36), que voltava de Santo Antônio do Descoberto na divisa de Goiás e DF após uma festa na casa de sua mãe, notou à beira da estrada, aproximadamente às 3h da manhã, no Km 16 da BR 060 um objeto estranho pousado sobre um tripé.
    Familiarizado com estórias semelhantes lidas em revistas de ufologia Barney resolveu olhar de perto. Ao se aproximar percebeu que uma luz pálida era emitida pelo objeto e segundo suas próprias palavras:"Quando eu me aproximei do veículo um tipo de porta se abriu do nada e no mesmo instante uma escada pulou pra fora. Confesso que fiquei com medo mas a curiosidade foi maior e aí eu entrei. A princípio pensei que não tinha ninguém lá dentro mas aí eu ouvi um som vindo de uma porta meio aberta. Parecia uma festa "rave" com som de boite e estava muito alto. Ao adentrar no recinto vi uma grande cama redonda e sobre ela um indivíduo com uma máscara estranha de orelhas grandes e uma mulher também com uma máscara que...ou seja, eu os flagrei mantendo relações sexuais num local impróprio então eu quis saber o porquê daquilo. Quando eu perguntei "Ei, o que é que vocês estão fazendo aqui a essa hora?" o cidadão me olhou com uma cara feia e falou alguma coisa mas eu não entendi nada. Enquanto isso a mulher ficava torcendo o nariz e as orelhas dele desesperadamente. Então eu dei voz de prisão e algemei os dois, mas quando fui tirar a máscara do cidadão para ver quem era a máscara não saiu de jeito nenhum. Parecia alguma coisa de "efeito especial" feito pelo Spielberg. Em seguida levei os dois pra delegacia e registrei ocorrência. Confesso que nunca tinha visto fetiche como esse."
    Mas o que Barney não podia imaginar é que ele acabara de prender um criminoso procurado a mais de 40 anos. Etevaldo é acusado do primeiro crime de latrocínio (roubo seguido de morte) da história da ufologia. O caso que ficou conhecido como o "mistério das máscaras de chumbo" aconteceu na cidade de Niterói (RJ) no dia 17 de agosto de 1966 quando Miguel José Viana (34) e Manoel Pereira da Cruz (32) subiram ao morro do Vintém com o objetivo de fazer contato com seres de outro planeta. Três dias depois foram encontrados mortos sem as carteiras e com duas máscaras de chumbo ao lado dos corpos.
    O mistério que nunca havia sido desvendado pela polícia carioca pôde finalmente ser elucidado através do depoimento de Etevaldo prestado através de um intérprete."Naquele dia eu "tava com umas na cabeça" e tava passeando por alí quando vi aqueles dois "manés" em cima do morro aí eu pensei: Que'que esses dois "otários" tão fazendo em cima do môrro numa noite de chuva que nem essa? Aí cê já sabe né? O cara "doidão", pá, não deu outra. Fui lá conferir. O cara veio com uma conversa de paz e amor e o outro com um papo de física quântica, sei lá, eu pedi a carteira e o cara entrou numas aí eu tive que reagir e apaguei o otário. Pro outro não "cagoetar" eu apaguei ele também. As máscaras foi eu que deixei lá prá tirar onda com os ufologistas de araque!"
    Mal sabia Etevaldo que já em 67 a polícia estava em posse de um retrato falado seu que foi entregue através de Jaques Vallé quando da sua visita ao Brasil, às polícias européias e a C.I.A. Posteriores cruzamentos de informações deram notícias de que Etevaldo também esteve envolvido com uma quadrilha de roubo de gado que atuava nos estados do Texas e Arkansas (E.U.A).
    Segundo Etevaldo, depois de perceber que o crime não compensava resolveu se refugiar no Brasil e se dedicar ao entretenimento."Sempre quis ser ator" lembra Etevaldo e assim conseguiu uma ponta no programa Castelo Rá-tim-bum produzido pela TVE durante os anos 90. Foi lá que conheceu sua futura esposa Etelvina com quem ficou casado até o ano de 2005. Em entrevista dada exclusivamente ao nosso repórter um de seus ex-colegas de trabalho, Nino desabafa: "Achei que com 416 anos de idade já tinha experiência suficiente para reconhecer pessoas de caráter duvidoso. Que decepção!".
    A polícia trabalha ainda com outra hipótese, apesar de não haver provas, de que o encontro entre o policial Barney e Etevaldo tenha sido premeditado. A suspeita recai sobre Etelvina que sabia do passado criminoso do ex-marido e quis assim se vingar por ter sido abandonada em troca de suas amantes com quem ele andava passeando e se divertindo no seu "disco-voador-último-modelo".


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008




A difícil terefa de pegar um ônibus


    Quando eu trabalhava no Plano Piloto no ano de 1999 começou a circular um novo modelo de ônibus chamado Millenium. Aparentava ser muito confortável e eficiente. Aparentava. Mas pelo menos era bonito. Bastava entrar em um e logo se percebia que a situação era outra. Os bancos, que pareciam ser confortáveis eram duros e o motor vivia enguiçando.
    Mas tinha uma inovação soberba, a televisão. É, tinha uma televisão, que ficava no teto logo depois da roleta, com uma programação algo como o canal do "chapéu" com notícias do chapéu ou o canal do "boi" e assim por diante. Não sei se felizmente (ou não) eu nunca pude ver esta programação porque me sento sempre no banco da frente reservado a portadores de deficiência física, aliás, esta era a grande revolução do "Millenium". O espaço reservado aos idosos e deficientes eram duas cadeiras espremidas do lado esquerdo, atrás do motorista num lugar tão apertado que mal passava uma pessoa normal. Uma vez presenciei uma senhora idosa que entrou no ônibus e foi "convidada pelo motorista a se retirar" por não haver mais cadeiras desocupadas.
    Isso me fez pensar que, pela mentalidade do fabricante do veículo e, por
tabela, do dono da empresa de transporte coletivo que adotou o modelo, no novo
"millenium" não há espaço para idosos e deficientes. Agora, dez anos depois, os
ônibus tem rampa, um carro pra cada linha. Sendo assim, se um cadeirante quiser ir
para o Plano tem de pegar um único carro que pode passar a qualquer momento entre as
08h e 22h.
    As cidades são construídas para os "iguais" e não para o diferentes e ser
diferente é também ser excluído. Basta ter o nariz tôrto ou o olho caído para sentir
as consequências. A natureza não é perfeita como dizem mas é conveniente e nessa
conveniência sabe ser sábia. Ela cria dentro da mesma espécie indivíduos sempre
iguais e todos adaptados ao meio em que vivem e os que não conseguem se adaptar são
cruelmente eliminados. Esse processo de seleção natural revela uma faceta eugênica e
fascista da natureza. E deveria ser diferente? Quais pais gostariam de criar filhos
"defeituosos"? Quantos não são abandonados? E os que sobrevivem, crescem, conseguem
às duras penas se educar, conseguem trabalhar, constituir família... e ainda assim
são massacrados pelas políticas exclusivistas do estado que, supostamente defende
seus direitos mas não fiscaliza se esses direitos estão sendo respeitados. E o olhar
tôrto da sociedade hipócrita que finje se importar...
    Nota-se esse apelo ancestral imputado na natureza humana a ecoar nas palavras veladas das pessoas nas ruas. Alguém que olha atravessado, a pessoa que passa para o assento seguinte na lotação logo que esse é desocupado, o "amigo" que não ri da piada que você conta mas ri da mesma piada contada por outro e assim segue. Isto não é apenas um problema do estado ou da sociedade mas uma questão de humanidade. É preciso suplantar a seleção natural e enxergar além da forma e ver que dentro de cada corpo existe uma pessoa que sente e pensa. Dentro de uma forma diferente está um igual que merece ser tratado com a mesma dignidade.
    Eu me lembro do meu irmão falando uma de suas frases célebres, quando tínhamos uma banda, sobre se perder no meio da música. Ele dizia "você tem que pegar o bonde (ônibus) andando". Se você é um diferente saiba que o ônibus não vai parar pra você ou se parar os degraus serão muito altos pra subir ou se você subir os acentos serão muito apertados e se não forem estarão todos ocupados e com alguma sorte alguém pode te ceder o lugar e sorte é o que você vai precisar porque o seu direito não vale nada. Mas, também quando tínhamos uma banda outra lição eu aprendi. Temos que improvisar. E assim vamos. Improvisando e vivendo, improvisando e improvisando e improvisando...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Ai, ai!

    Eu já estou cansado de ouvir as pessoas falarem coisas do tipo "você só
fala bobagem" ou "por quê ao invés de ficar pensando bobagem o dia
todo, você e o Neno não trabalham?". Ora mas que injustiça. Nós
trabalhamos muito e trabalhamos sério nisso que as pessoas insistem em
chamar de bobagem. Pensar bobagens faz surgir muitas idéias brilhantes
e ajuda a desenvolver o raciocínio além de melhorar o humor.
    Mas é claro que ser um bom pensador de bobagens não é pra qualquer
um, é preciso sobretudo inteligência e percepção, pois falar qualquer
bobagem é muito fácil entretanto ninguém aguenta um "mané" falando
bobagens sem sentido. A bobagem inteligente é uma coisa séria (embora
tenha que ser engraçada) e dá muito trabalho pra ser criada e as vezes é
facilmente esquecida.
    Por isso foi criado pelo nosso grande mentor e rei dos trocadilhos
(infames ou não) Sr. Newton Fernandes de Rezende o A.I.A.I
(Arquivo para Informações Absolutamente Inúteis) com o objetivo de
registrar para a posteridade todo o acervo cultural de bobagens
compilado das mentes destes pensadores. Para atestar a utilidade desta
nova vertente de pensamento filosófico vou citar a obra de nosso
patrono, o Barão de Itararé, sem a qual a publicidade em nosso país
padeceria terrivelmente.E não só a publicidade mas também o humor, por
exemplo, o "Casseta e Planeta" antes de virar uma porcaria, era
profundamente influenciado pelas idéias do barão (nós criamos bobagens
melhores que eles, a diferença é que eles são pagos pra isso e a gente
não).Logo teremos aqui publicadas algumas pérolas do barão.
    Como dizia, o A.I.A.I admite esporadicamente novos membros.
Os testes são rigorosíssimos e testam ao extremo a capacidade dos
pretendentes sob situações de estresse criativo, como a criação de
campanhas de comerciais de duplo sentido e versões alternativas de
jingles políticos ou até mesmo um bom trocadilho. Para citar um exemplo,
eu fui admitido com a seguinte campanha:

Jingle para a reeleição de Benício Tavares


Benício Tavares

vote no homem que é pra ver se ele fica

Benício Tavares

O que faltou nas pernas anda sobrando na *(?§*#)



Benício Tavares

Nessas eleições dê o seu voto a quem mereça

Benício Tavares

O que Deus tirou das pernas colocou na cabeça (adivinhem qual delas)

    Porém, mesmo que não consigam uma cadeira nos arquivos, não
desanimem. Enviem suas bobagens para que possamos contribuir com
esse esforço monumental em preservar e valorizar este tão valioso campo
do conhecimento humano. Aguardo vossas colaborações.



"Ser vítima de um trocadilho é receber troco de dez reais em moedas de
cinco centavos."

domingo, 6 de janeiro de 2008

The heroes return



    O evento mais esperado dos últimos tempos está para acontecer.
A volta do Ttrio Flúido Acústico está anunciada para 2008 em
temporada que deverá começar em março.Para os que não tiveram
oportunidade de conhecer, o trio composto por Oldair(eu)-guitarra/
violão/vocal, Marcondes-violão/vocal e Neno Vieira-violão e vocal
ganhou notoriedade pela ousadia em adaptar o repertório do Pink
Floyd para o formato acústico chegando a recriar até mesmo a
ambiência típica daquele estilo de música "psicológica". No ápice
de sua carreira, que aconteceu entre 1998 e 2002, chegaram a
executar toda a ópera rock The Wall com a participação do grupo
de teatro Metade, dirigido por Cláudio Pinheiro, para uma platéia
de fãs boquiabertos.
    As apresentações serão em vários lugares a serem definidos como
também as datas e serão vendidos os discos gravados pelo trio.
Mais informações através deste blog ou pelo site
www.oclubedosom.com.br. Não deixem de prestigiar.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Bem vindos

    Olá e bem vindos. O objetivo deste blog é divulgar a cultura local
em vários de seus aspectos. "Local" se refere a Ceilândia e seus
arredores, apesar desta já ser o arredor de outra cidade maior e bem
mais conhecida que é Brasília. Apesar da proximidade das cidades,
estas não guardam semelhanças uma vez que Brasília é uma cidade
administrativa construída para sediar a capital e o centro do poder, 
sendo sustentada pelo governo federal,
com uma massa gigantesca de funcionáris públicos com poder 
aquisitivo geralmente acima da 
média enquanto Ceilândia,
originalmente uma favela para onde foram retirados
milhares de moradores que circunvizinhavam as construções 
da nova capital, tenta se manter 
sobre seus próprios pés recebendo 
pouca ou quase nenhuma atenção do governo do estado, imersa
em 
problemas típicos de periferia.

    Entretanto qualquer observador da história da humanidade sabe é 
exatamente das periferias 
que saem as maiores manifestações 
artísticas e aqui não seria diferente do resto do mundo, não é?
Então tentaremos mostrar um pouco do que acontece de interessante 
por aqui. 

    Sendo assim sejam bem vindos e não se esqueçam de deixar 
os seus comentários.